Já ouvi algumas vezes que, algumas crianças antes de aprenderem qualquer outra palavra, acabam, para tortura das mães, a pronunciar em alto e bom tom o “não”. Outras, se não o pronunciam mostram de maneira taxativa sua negativa, balançando firmemente a cabeça. Não há nada de ‘errado’ nisso, no fato da criança aprender o significado do não, mas mostra como estamos imersos numa realidade onde virou costume mostrar para a criança a vida através das coisas que ela ‘não’ pode fazer.
“Não pegue na comida!”, “Não, amasse o papel!”, “Não deixe isso cair!”, “Não desenhe aí!”
Convenhamos. Que chatice. Ainda mais os nossos filhos que estão conosco, pais e mães homeschoolers, 24 horas por dia. Nestes primeiros anos de descobertas para os pequenos, nós adultos, passamos boa parte do tempo mostrando para eles uma vida de coisas proibidas. E a realidade não é essa. A vida é muito gostosa exatamente pelo fato de possuir uma infinidade de coisas boas que podem e devem ser feitas. Essa é uma possibilidade de ação dos pais que não pode ser perdida e encontra-se no Marco Pedagógico. Este compreende toda a ação que aplicam sobre a criança para que esta consiga êxito em sua vida. Preparam o caminho para o desenvolvimento de suas potencialidades. Isso acontece, dentre outros meios, pela comunicação verbal e não verbal.
Podemos achar que isso é algo muito fácil, uma vez que conversamos e estamos em contato com as pessoas e com nossos filhos o tempo todo. Porém, na verdade não é assim. Na verdade, saber comunicar da maneira correta, na medida correta é uma arte. E no quesito educação dos filhos, os pais necessitam esmerar-se nessa arte que supõe entrega.
“A comunicação requer um cuidado especial, exige de cada um esquecer-se de si próprio para sair ao encontro da outra pessoa, de seus interesses e necessidades.”
Os gestos, a expressão facial, a atitude corporal, o lugar escolhido para comunicar-se, a proximidade ou distância física, inclusive a hora, podem influenciar no êxito ou fracasso de uma comunicação. O saber escolher, o cuidar as formas, são aspectos fundamentais para obter um bom resultado.
Quando mostramos a realidade sempre destacando seu aspecto negativo, não estamos educando. Frases terminantes e categóricas não educam. “Não faça isso! É assim porque eu mandei!”, é uma maneira de resolver a situação. Mas não de educar. Dessa forma os pais são autoritários e a criança não tem a chance de compreender tudo o que está em jogo. Por exemplo, esse tipo de situação pode ocorrer com muita facilidade quando o assunto é ordem. A mãe e o pai desejam uma casa (um pouco) mais organizada, mas a forma com que comunicam isso passa apenas algo arbitrário ou mania “Quero que fique aqui e pronto”. (Sobre a Educação da Virtude da Ordem você pode ler um pouco mais aqui). Porém, do contrário, quando os pais estão dispostos a comunicar de maneira verdadeira e profunda, usam de frases pausadas e mostram o outro lado daquela situação. Dessa maneira ganham prestígio e autoridade. Além de melhorarem a qualidade da comunicação, preparam o caminho para educar seus filhos para a liberdade, pois eles terão melhores condições de avaliar diferentes lados da mesma situação e escolher dentre eles.
Lembre-se! Limitar-se a dizer “não toque”, “não vá”, “não faça”, transmite medo, insegurança e superproteção.
Não posso mais dizer ‘não’? Não é bem assim. Educar de maneira positiva não é abandonar a firmeza necessária de diversas situações. Com certeza existem momentos nos quais precisamos dizer não. Pelo bem da criança. Porém, nossa atuação de pais deve ser CONSCIENTE. Ligar o piloto automático e responder sem refletir, apenas para evitar danos atuais nunca será o posicionamento adequado de pais que se preocupam com o desenvolvimento integral de seus filhos. Continuaremos esta reflexão no próximo texto: “Educar de maneira positiva. – Parte 2”. Não deixe de ler!
Até mais!
Cibele Scandelari
Obrigada por esse artigo sobre educação positiva. Hj estava me sentindo uma tirana. Mto estressada e negativa. Vou rezar pra acordar mais sábia. Abraço
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Como é bom ajudar, Amanda! Tudo dará certo! Nossa jornada como mães não é “só” sobre educar os filhos, também é sobre melhorarmos como pessoas. Cada dia um pouquinho. Pedirei por você também!Peça por mim!
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