Começamos, este ano, a estudar história mundial. Sou apaixonada pelos acontecimentos que marcaram a humanidade e minha vontade é me ater a cada detalhe. Tenho que me segurar. À minha frente encontram-se quatro crianças. Destas, apenas 1 realmente estaria ouvindo algo a respeito e ela tem apenas 8 anos.
Dentre as várias opções de material para este estudo, escolhi fazer uma mescla entre dois, tentando dar início à chamada timeline. Os materiais escolhidos foram o Story of the World, da Susan Wise Bauer e Mistery of History, da Linda Lacour Hobar. Pretendo fazer algumas alterações na escolha desses materiais para o ano que vem, mas este início tem sido muito gostoso.
Pelo menos uma vez na semana sento com minhas filhas e leio em voz alta os textos de algum período ou acontecimento histórico, tentando mesclar os materiais e seguindo a ordem dos acontecimentos. Procuro situar o que falo no mapa e, aos poucos elas estão começando a compreender o uso dos mesmos.
Recentemente, logo no começo dos estudos, li sobre os nômades, seu modo de vida e os lugares por onde habitaram. Falamos sobre os homens das cavernas. Discutimos os motivos dessas pessoas não morarem em casas e terem que mudar-se com tanta freqüência . Ao final dos debates, onde até minha filha de quase 5 anos queria participar, elas realizaram uma ilustração com os fatos que mais marcaram aquela conversa e a mais velha registrou algumas breves ideias em uma folha separada para arquivo, sendo esta mais uma oportunidade para que trabalhasse linguagem.
Todo esse trabalho foi preparação para a atividade que realmente gostaram , que aprenderam e se divertiram. Nós, a família da Manu e da nossa amiga/irmã/companheira/exemplo de mãe Kelli, combinamos de nos encontrarmos no clube. Levei uma barraca de brinquedo, bichos de pelúcia. A Manu levou vassouras, cobertores e palitos de sorvete.
Chegamos lá, reunimos todas as 14 crianças, entre 04 meses e 15 anos, e numa roda voltamos a conversar sobre como as pessoas viviam a muitos anos atrás. Será que sempre existiu água encanada? Como faziam? Será que sempre existiram as casas? Se não, onde as pessoas moravam? Fomos fazendo uma revisão. Após isso, a brincadeira teve início. Eles deveriam montar o acampamento com os materiais que trouxemos e que encontrassem no local. Após brincamos que estávamos com fome. Quem sairia para caçar os bichos (de pelúcia)? Os meninos, já que as meninas deveriam cuidar dos menores e encontrar as raízes e plantas (que eram os palitos de sorvete).
Havíamos escondido tudo ao redor e combinado que só serviriam de alimento, aqueles objetos. Após a coleta todos se reuniram no acampamento. “Acordaram” com “muita fome” e foram tentar achar mais algum alimento. Nessa hora o grupo nômade resolveu levantar acampamento e ir montá-lo em outro lugar, uma vez que não encontravam mais “alimento” algum.
Improvisamos uma “caverna” junto ao parquinho e, ali dentro, fixamos nas paredes da estrutura, papel kraft e disponibilizamos carvão. Brincamos de fogueira e propusemos às crianças que desenhassem aquela aventura, como os homens das cavernas faziam e que deu origem às pinturas rupestres.
Foi uma tarde muito gostosa e , embora nem tudo tenha saído como desejado (queríamos ter feito muitos outros acampamentos), pudemos ouvir por alguns dias sobre a aventura nômade vivida no clube. Uma tarde que, espero, fique guardada para sempre em suas memórias.
Mal posso esperar pelas próximas aventuras!
Cibele Scandelari10